terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Saudades

São sentimentos que se escondem no coração,
emoções que cavam e perfuram na razão.
São o vazio do obscuro e do incerto,
são a tristeza de não te ter por perto.

domingo, 24 de outubro de 2010

Grito de guerra II

Entristece-me o coração saber que algo tão precioso e tão frágil esteja em tamanha agonia e aflição.

Não são palavras elaboradas, desenhadas pela mão de quem escreve tão levemente que te dirão pensamentos, gestos e viagens pelo mundo fora. Ler apenas te enriquece os olhos, dá-te sabor nos lábios que quase sentes o prazer, escorrendo sem fim pela tua garganta.

Não gosto de ser levado pelas correntes, gosto de ser do contra, gosto de levantar-me e aguentar a pressão de ondas intermináveis, cada vez maiores, cada vez mais fortes.

Mas já olhaste para o lado? Tu não estás só. Não são apenas sombras e escuridão. É um mundo que te espera lá fora, é ele que te chama. Sou eu e todas as pessoas que te sorriem, que te fazem redescobrir a felicidade, a alegria de escorrer lágrimas no conforto de quem nos ama.

São tantas as palavras mas tão pouca acção que sinto-me tão fraco e tão inútil. Gostava de te poder abraçar. Um abraço põe-me tão feliz. É impossível aguentares tanta pressão nas tuas costas e não desfalecer perante tanta força! Aquela força que vem de dentro, mais que palavras, mais que pensamentos.

Em busca de alguém? Ou alguém em busca de ti? Eu estou na outra ponta da estrada e tu não estás perdida, estás só à espera que algo aconteça. E sabes que eu caminho em direcção a ti, cada vez mais próximo e cada vez mais confiante. Confiança e força, seguir em frente sem medo. Medo? Nunca estou só, eu sinto-te.

Não tenho dúvidas. Não te desiludas. Não baixes os braços. Eu estou pronto para a luta e já os teus inimigos tremem com o meu grito de guerra.

Vamos a eles?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Por mim...

Sei que um dia estarei a olhar para um sol,
de tão intenso brilho e fina vaidade,
ficarei cego dos raios que me iluminam,
ficarei surdo dos gritos que desafinam,
para surpreender de tanta verdade
sóbrio de bêbado de tanto álcool.

Por mim sei que nada é o ser e o serei a ti
num movimento pendular que oscila sem fim.
Espero ansiosamente que este fio se faça sentir
um público ansioso para um concerto aplaudir.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Consciência

Vitalidade cruel, aliciante e sugestiva,
que andas a brincar com toques de vida.
empurrões de eterno devaneio
fugindo ciente do nervoso feio.

São gritos de socorro apenas que por instantes
sejam recebidos de braços abertos, esvoaçantes
deslizando por entre a linha da realidade e fantasia
em busca de um pouco, só um pouco, de harmonia.

E a terra questiona a minha súbita presença,
a mesma que eu piso todos os dias com indiferença,
na qual respondo ainda envolto de alguma confusão:
"Não sei o que se passou... mas agora estou no chão!"

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sapatinhos de criança

Respira o ar que consomes lentamente
na esperança de um dia conseguires
lançar-te ao desconhecido e sentires
que os teus olhos fecham levemente.

Encontra a essência desaparecida
que te guia, acompanha e ilumina
para que um dia possas rejuvenescer
na utopia do único e completo ser.

Epitáfio abençoado de esperança
não subjuga ao indomável fervor
imaginado, embebido em esplendor
nos pequenos sapatinhos de criança.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Efervescência

Junta-te a eles. Persuasão efémera do batimento do coração palpitante. Desintegra a visão de futilidades e reminiscências de longitudes e venturas. Lembra-te da mortalidade como um dom, uma virtude de sentimentos e emoções, vivências e acções. Desalento de vagas rasantes e de metáforas constantes que atrofiam o raciocínio cru e insensível. Isto é uma reflexão de sobriedade, um toque utópico de intimidade sentida que já deixa de ser realidade. Culmina no topo da efervescência, encontra a tua decadência e junta-te a eles.

sábado, 13 de março de 2010

Vestido colorido

Existe algo que irradia sensações
Fortes, frias, quentes emoções
Despertam o melancólico dentro de mim
Pegando numa caneta, escrevendo sem fim.

Desenho uma rapariga de vestido
Tão doce, tão suave o toque da face
São marcas na pele de um sentido
Que desespera a que o tempo não passe.

Concluída a obra mas não estou satisfeito
Pois a negrura precisa de alguma coloração.
Vou pintar carinhosamente e com paixão
Pois é importante, tem que ficar perfeito!